quarta-feira, 29 de junho de 2011

NO LIMITE DO SILÊNCIO

O filme “No limite do Silêncio” fala sobre a história de um psicólogo que diante da perda do filho, que cometeu suicídio este sofre o desespero da perda e sua vida tanto profissional quanto pessoal começam a tomar rumos diferentes.
Ao encontrar uma ex-aluna o Dr. Hunter é convidado por ela a tratar um caso de um adolescente que está prestes a sair do orfanato onde passou sua infância e adolescência ao presenciar a morte da mãe cometida pelo seu pai e o levou a prisão perpétua.
O Dr. Hunter traumatizado com a morte de seu filho se vê num conflito entre a culpa pela perda do filho ainda adolescente e os cuidados com o novo adolescente ao qual pretende ajudar e o leva a ter muitos conflitos e sofrimento.
A perda nos dá um sentimento de impotência e de culpa diante daquilo que não podemos mudar ou agir sobre eles. Quando o Dr. Hunter pega seu filho nos braços ele se viu impotente diante daquela situação e perdendo o que havia de mais precioso.
O quanto à perda de um ente querido, de pessoas que nós amamos, nos faz mudar radicalmente o que nós pensamos sobre a nossa existência, as perdas aparecem de forma acentuada quando existe um apego por alguém ou por alguma coisa. A vida tornou-se tão difícil para Hunter que ele não quis clinicar mais em uma fala com a assistente social “... não faço mais clínica, apenas dou palestras e escrevo livros”. Hunter não aceitava o fato de ter perdido seu filho num ato tão agressivo e traumático a ação suicida. Não aceitava o fenômeno da morte. Em seus pensamentos via seu filho vivo, na presença de outra pessoa, onde no filme ficava claro quando nas sessões com o adolescente a imagem que vinha à sua cabeça era de seu filho.
A raiva Hunter se revoltou contra si próprio por não perceber o que realmente se passava com seu filho, o quanto estava sendo torturado pelos seus pensamentos em não falar o que acontecia com ele nas sessões terapêuticas com o colega de seu pai, o abuso. Hunter deixou de si, de sua aparência, de sua família e até de perceber sua filha. “Você sabe que não te dei apoio quando o seu irmão morreu, e sei que você precisava...”.
A perda leva o ser humano a um estágio depressivo, existe um descaso consigo mesmo, com suas coisas, com a vida e um isolamento, a vida não tem mais sentido. Para Hunter, separar da mulher, morar em um lugar isolado sem muito conforto e viver de lembranças retrata sua depressão diante da perda.
As questões de perdas geram angústias, medo, culpas e um desgaste a todos os membros da família dar um novo sentido a vida, depois do sofrimento é uma longa trajetória no qual todos os membros da família precisam estar juntos nesta nova fase apoiando-se uns aos outros e um fator importante é saber o significado da morte para cada uma das pessoas que passam por este momento e respeitar o seu tempo.

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